quarta-feira, 28 de novembro de 2012

November Sucks

Eu tenho a estranha mania de colocar fé no mês seguinte. Mas, acho que não estou sozinho nessa.
Tenho sério problemas com prazos, já que não consigo extender as coisas por muito tempo. Nunca consigo prolongar algo bom.
Deve ser um defeito de fábrica.
Eu realmente achava que Novembro seria um mês bom... mas não foi. Afinal, quem faz os meses é você mesmo, então, eu é quem não fui bom.
Novembro foi um mês de incertezas, decepções e despedidas.
Novembro foi uma merda.
Mas, bem, Dezembro está aí. Será que ainda dá tempo de mudar? Dá tempo de amenizar os erros? De inverter os eixos da melancolia? Bem... eu não sei.
Mudar é uma coisa que não depende só de si mesmo, mas do mundo ao seu redor. Uma mudança pode acontecer com uma pequena fagulha, mas o mundo precisa ajudar à incendiá-la.

domingo, 4 de novembro de 2012

Até logo

Deveria haver uma maneira mais fácil de dizer adeus.
Ou melhor, deveria haver uma maneira de fazer com que nunca precisássemos dizer adeus.
Talvez seja por isso que eu tenho medo de envelhecer:
vou ter que aprender a dar adeus à tudo que algum dia eu aprendi a amar.
Se toda despedida levar algo de mim, alguma hora não vai me restar mais nada (se é que resta algo aqui).
Em alguns momentos, um 'até logo' bastaria. É curto, praticamente uma vírgula, perto do ponto final que é o adeus.
Mas não é tudo tão fácil assim. Se fosse, eu não precisaria estar escrevendo.
Se fosse, eu não precisaria dizer adeus, quando na verdade eu queria dizer: 'até logo'.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Aleatoriedade


Me dei conta de que as minhas lembranças estavam meio sem volume...
Deve ser porque promessas vazias só nos enchem de esperança - de resto, nada acrescentam.
Vi também que as coisas não eram mais as mesmas; mudaram os olhares, os desejos, os lugares.
Observei a vida me presentear com a sua aleatoriedade - talvez, uma de suas mais belas características.
Sorri ao ver que nem tudo era repetição, e nem tudo estava perdido.
Aprendi que, por mais que o script fosse padrão, o acaso dava um jeito de criar novas falas.
Espero que essas falas virem diálogos duradouros, e espero que eu possa prolongar eles com você, até enquanto as  minhas cordas vocais aguentarem.
Pegue esse copo cheio de mágoas, jogo isso fora! Brinde a aleatoriedade, junto à mim. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Remédios


Esse deve ser um daqueles meus momentos de baixa imunidade, aonde qualquer arranhão fere até minha alma. As situações diárias lhe lançam diversos projéteis, e só assim você percebe o quanto é frágil. Uma bala de tristeza atinge o seu ombro. Seu peito é perfurado pela felicidade, mas do outro lado, sai um pequeno resto de amargura. Restam as cicatrizes de momentos que não voltam mais.
Sento sala do consultório, o médico me chama. Me olha, me examina, pesquisa em meu olhar cansado e tenta achar a resposta para a minha repentina fragilidade. Desiste de procurar a definição correta, e apenas diz:
"É só uma bactéria."
Como se uma virose fosse a culpada de todos os meus problemas.
Voltando para a minha casa, vejo as pessoas saudáveis perambulando pelas ruas, transbordando o ânimo e a alegria que me faltavam naquele dia. Vejo duas cariocas conversando, sentadas na calçada. Aquele sotaque só me deixa mais doente.
Chego, abro a caixa de antibióticos e tomo os dois comprimidos. Não vejo mudança alguma. Leio a bula. Releio. Nada. Será que o remédio é uma farsa? Um efeito placebo que falhou?
Deito pra descansar, meus olhos se fecham, mas minha mente continua aberta. A insônia me cumprimenta com sua mão gélida, e me obriga à voltar a pensar no quão eu sou frágil.
Me levanto, depois sento na beirada da cama. Olho pro relógio, e então me volto pra caixa de remédios. Penso que, se esse é um daqueles momentos de baixa imunidade, então é tudo passageiro, assim como todos os outros momentos. Penso que não há remédio melhor do que o amanhã, e que bula nenhuma vai dizer o que me aguarda no dia seguinte.
Lutei contra a minha insônia e fechei meus olhos com força. Por mais que no dia seguinte eu ainda acordasse gripado e frágil por fora, eu ao menos estaria forte e inabalável por dentro, e era assim que eu tinha que ser. O sono enfim me saudou, fazendo eu me perder em sonhos, enquanto o amanhã não chegava.






Texto feito através das sugestões de temas pelo Twitter.
#Eu, #Insônia e #Bactérias

sábado, 4 de agosto de 2012

Ponto (de interrogação)

E a minha vida vai passando por vários pontos;
Pontos de ônibus, pontos de interrogação, pontos finais.
Às vezes aparece uma vírgula ou outra, apenas para não me deixar sem fôlego.
Palavras vão roubando os diversos significados, e se acomodam em linhas na minha vida.
Mas agora, um ponto de exclamação surgiu, e sanou todas as minhas dúvidas.
Talvez agora eu possa continuar escrevendo a minha sobrevivência, sem pontos finais prematuros.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Apaixonado?!?


Muitas coisas podem se passar dentro da cabeça de um rapaz apaixonado. Há quem não enxergue nada, sendo cegado pela paixão. Há quem enxergue imagens de sua amada em diferentes frequências, vislumbres de um futuro – que talvez, nem chegue a existir –, e inundações de sonhos e vontades, que surgem sei lá de onde. Vontade de estar perto, de proteger. Vontade de bater a cabeça na parede pra tentar esquecer de que está apaixonado. Os pensamentos ganham uma fixação, como se a pessoa por quem você se encantou trouxesse toda a sua mobília para dentro da tua cabeça, e fizesse dela a sua nova moradia. É uma confusão, então é meio complicado de se explicar. Não sei se é assim com todos... não sei nem se é assim comigo

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Realidade Melancólica


É você quem enche os meus sonhos vazios.
Mas, são só sonhos, afinal.
Minha realidade é mais ácida; deturpada.
Nada de sonhos realizados.
A melancolia escorre pra fora do meu copo
mas você vem encher de novo.
Com tanta coisa que eu poderia me preocupar...
E você pega o papel principal na peça dos problemas.
E pensar que eu sou apenas um coadjuvante.
E eu continuo escrevendo palavras que não valem nada;
comemoro os sonhos, mas sou presenteado com pesadelos.
Retorno à realidade.
Uma realidade cheia de sonhos vazios.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Um Livro Roubado


Você roubou um livro da minha prateleira.
Não, você roubou muito mais do que isso.
Rabiscou por cima de todas as palavras que eu disse,
rasgou a folha que continha parte da minha vida.
Folha sem importância (ao menos para você).
Você roubou os meus sorrisos.
Não, você roubou mais do que isso.
Arrancou aquilo que me fazia sorrir,
levou embora para o seu mundo de mentira.
Sorrisos sem importância (ao menos para você).
Quando eu menos percebi, você foi levando tudo aos poucos,
foi levando embora as coisas boas, foi deixando para trás as coisas ruins.
Hoje falta um livro na minha prateleira,
mas na minha mente, tem lembranças de sobra.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Achados e Perdidos

E você se vê perdido novamente,
talvez por ter perdido o mapa de si mesmo,
ou por ter esquecido de se procurar.
É tão fácil de se perder, tão fácil de pegar o caminho errado: a nossa vida não tem sinalização.
Não há placa de pare; vire; faça.
A vida é um balde cheio de aleatoriedade, misturado com um pouco de sorte – e azar.
Talvez até haja um pouco de graça escondida pelos cantos, mas eu não gosto de procurar.
Ou até um pouco de Fé, escondida entre musgos debaixo da pedra.
Não, não gosto de procurar.
Além de se perder, as coisas também se perdem.
Não sei aonde as coisas vão parar.
Em uma caixa cheia de Achados e Perdidos da vida, aonde ninguém procura nada, quem sabe?
Se perde o Amor, a Esperança; ninguém volta para procurar.
Talvez porque a tal caixa esteja tão perdida quanto nós.
Ou esteja escondida, e ninguém quer procurar.
Não, ninguém quer procurar.
Sem querer, penso em tudo aquilo que eu perdi, tudo aquilo que eu ainda vou perder.
Não gosto nem de pensar nisso.
Não, não gosto de pensar.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Decisões


Engraçado como as esperanças murcham após cada decisão tomada.
Engraçado como nos martirizamos por algo que fizemos a nós mesmos.
Só não tem graça o que acontece depois disso tudo.
Lidar com o que vem de ruim depois das decisões,
é um clichê o qual não estamos acostumados.
Filmes se repetem, mas com personagens diferentes,
em um roteiro cheio de melancolia pelas entrelinhas.
Continuamos a encontrar em nossas lembranças,
as velhas e conhecidas faces, as quais já devíamos ter esquecido.
Calculamos um jeito de sair da nossa equação,
mas o resultado é sempre negativo.
Por fim, sempre chegamos em algum lugar.
Um lugar com a paisagem de lugar nenhum.
Todos querem fazer o certo, mas não sabem ao certo o que o certo é.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Homem das Cavernas


Pintando mentiras em pedras
com seus utensílios pré históricos.
Aprendendo a usar o fogo
para colocar fumaça para dentro dos pulmões.
Trocando os pelos por vestes.
As caças pelo conforto.
Dinossauros de ossos podres
tornaram-se nosso combustível.
Lamentando-se pelo golpe na cabeça.
Não há muito o que fazer; enterre.
Uma hora, os ossos irão apodrecer
então guarde o combustível pra uma outra era.
As coisas mudam um pouco, o tempo passa
mas o pensamento permanece primitivo.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Saideira Incógnita


Ninguém entra em um bar para pedir uma dose de decepção.
Ninguém quer uma amostra grátis de problemas.
Ninguém espera chegar sexta-feira para ter um fim de semana medíocre.
Ninguém quer nadar em uma piscina de sangue.
Todos querem que as coisas boas inflem seus corações
explodindo tudo o que há por dentro.
Dores de estômago por causa de boas energias.
Vômitos de otimismo por todos os lados.
Há quem seja neutro e não espera por nada.
Há quem esteja no inferno e, ainda assim, queira tomar um banho de gasolina.
Há loucos e tolos que esperam em uma fila desconhecida.
Há poucos que conseguem uma vitória merecida.
Coisas ruins chegam sem pedir.
Coisas boas ficam presas em um labirinto.
Coisas que me fazem querer arranhar o meu próprio cérebro.
Coisas que se tornam difíceis de esquecer.
Tudo que tem ácido corrói: seu amor era sulfúrico.
Tudo que tem garras te golpeia aonde mais dói.
Tudo que é afiado não se deixa nas mãos de uma criança.
Tudo que eu vejo dá um jeito de iludir.
Tudo tem um fim.

terça-feira, 13 de março de 2012

Leve Minha Dor Embora


Deixo tudo ir corroendo aos poucos.
Mas não é por querer; é porque é inevitável.
A dor tem vida própria, se espalha.
Um veneno natural do próprio sangue.
Bate, bate, bate.
Tortura, tortura, tortura.
Tic tac, tic tac.
Não há tempo que resolva.
Não por ora.
Ora. Ore. Reze.
Uma mão divina tenta aparar tudo.
Em vão.
Não há nada que pare isso.
Aqui já está tudo corroído.
A dor tinha vida própria, se espalhou.
O meu veneno natural.
E tudo acaba, apenas para começar de novo.
Tic tac, tic tac.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Apenas Observe os Fogos.


Eu vi aquela explosão de cores diante dos meus olhos.
Todo aquele barulho, a euforia.
A esperança explodindo nos céus.
Estava cercado de amigos, de pessoas que eu realmente gosto.
Mas ainda faltava algo. Sempre falta alguém.
Aquele velho clichê de estar no meio da multidão, e ainda assim se sentir sozinho, ainda existe.
As vezes, até me persegue.
É difícil de imaginar como você consegue se apegar à algo ao ponto de sentir falta do que não se tem.
Impossível despistar que você procura algo especial entre diversos olhares, algo que você sabe que não vai achar.
Não entre aquelas pessoas.
Aquele calafrio que sobe e corrói a espinha, só por lembrar de você, ouvir seu nome.
Te imaginar nas paredes brancas.
Coisas que simplesmente acontecem, que fogem do controle da sua mente.
Pensamentos traiçoeiros que me levam até você, querendo ou não.
Uma mente fértil, viajando pelos canais da incerteza.
Mil coisas poderiam acontecer se estivéssemos juntos.
Cada um com seus padrões, com suas consequências.
Suas lembranças, suas características reminiscentes.
Mas, não importa. Os fogos já estão se acabando.
O barulho e a euforia se acalmam.
Uns dormem; outros transbordam-se em lágrimas.
Faíscas de esperança caem dos céus.
Eu observo tudo. E torço.
Torço para que essa faísca se torne algo bom.
Torço pra não ser mais um escravo de uma imaginação forçada.
Quero fazer disto algo real, e não ser preso à meras especulações.
Só espero que esse seja um bom começo, ou um recomeço pra quem se decepcionou antes.
Que essa nova estrada não esteja esburacada igual as outras.
Que ninguém tropece nas mesmas pedras, não mais.
Que ela ofereça novos caminhos quando chegar ao fim.
Que eu possa ver todos esses fogos novamente, mas agora com você.